No dia 20 de junho é comemorado o Dia Mundial do Refugiado. A estimativa é de que 100 milhões de pessoas
tenham sido forçadas a fugir de conflitos, violência, violações de direitos humanos e perseguições pelo mundo
Na segunda-feira, 20 de junho, é marcado o Dia Mundial do Refugiado, a data internacional designada pelas Nações Unidas é para lembrar da existência de milhões de pessoas ao redor do mundo que foram obrigadas a abandonar suas casas, muitas vezes seus países para escapar de conflitos, violência, violações de direitos humanos ou perseguições.
A organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF) tem dois projetos que acolhem refugiados e migrantes, sendo um localizado no continente africano: o Nação Ubuntu, no Malawi, e um outro no extremo norte do Brasil, no estado de Roraima, Brasil, um coração que acolhe. Juntos, atualmente, oferecem acolhimento para 4 mil pessoas em situação de vulnerabilidade e promovem mais de 30 atividades cotidianas nos espaços.
De acordo com os dados da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), o número de refugiados migrantes ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 100 milhões, impulsionado pela guerra na Ucrânia e outros conflitos violentos. O número de pessoas forçadas a se deslocar no mundo aumentou para 90 milhões no final de 2021, impulsionado por novas ondas de violência ou conflitos prolongados em países como Etiópia, Burkina Faso, Mianmar, Nigéria, Afeganistão e República Democrática do Congo. Além disso, a guerra na Ucrânia deslocou 8 milhões dentro do país neste ano, e mais de 6 milhões de movimentos de refugiados para fora da Ucrânia foram registrados.
“Este número de 100 milhões de refugiados precisa despertar a nossa humanidade e acolhimento para estes irmãos que eram como nós, tinham casa, trabalho, estabilidade financeira, uma vida normal. Agora, estão em situação de vulnerabilidade e precisam da nossa fraternidade para recomeçarem”, afirma o fundador-presidente da Fraternidade sem Fronteiras, Wagner Moura Gomes.
No Brasil, o Projeto Brasil, um coração que acolhe (BCA) foi criado em outubro de 2017, após o aumento significativo do fluxo migratório da Venezuela para o Brasil, via estado de Roraima. Na época, milhares de venezuelanos entravam diariamente no Brasil, legal e ilegalmente, e chegando aqui passaram a viver em situação de vulnerabilidade, sem casa e sem comida, nas ruas, principalmente, de Pacaraima e Boa Vista, onde estão as frentes de atuação do BCA. Hoje, o projeto tem 5 frentes de trabalho, sendo 3 Centros de Acolhimento (Abrigos) em Boa Vista, um Centro de Referência e Capacitação em Pacaraima e o Setor de Interiorização que atua nos dois municípios. Em pouco mais de 4 anos de atuação, mais de 5 mil refugiados e migrantes, indígenas e até brasileiros já foram atendidos pelo projeto.
No continente africano, no Malawi, desde 2018, a FSF começou a instalação da estrutura do Projeto Nação Ubuntu com um centro de acolhimento, escola, creche, casas, lavouras, salas para oficinas profissionalizantes, capacitação profissional e oportunidade laboral. Em quatro anos, são quase 500 pessoas atuando no projeto entre colaboradores e voluntários. No total, atualmente, são pelo menos mil pessoas acolhidas, por mês, com mais de 10 mil refeições servidas diariamente. Na Escola Ubuntu, a partir de agosto, quando retoma o ano letivo, serão 500 crianças matriculadas que receberão uniformes, materiais escolares e duas refeições. Atualmente, duas creches foram construídas para atender os bebês de até 3 anos dos acolhidos. Cada uma recebe até 60 bebês. Um terceiro espaço está em fase de finalização.