Metade das empresas investe menos de 1% da receita em sustentabilidade, aponta estudo

Apesar da falta de investimentos, 84% dos lΓ­deres consideram a sustentabilidade como um tema central para a estartΓ©gia do negΓ³cio, indica relatΓ³rio da consultoria Roland Berger

Em 46% das empresas, os investimentos em sustentabilidade não representam 1% de sua receita, aponta o Panorama da Sustentabilidade no Brasil, da consultoria alemã Roland Berger. JÑ 36% investem entre 1% e 5% do faturamento na Ñrea sustentÑvel, enquanto apenas 18% investem mais de 5% do que é gerado. Apesar disso, metade dos entrevistados espera que o porcentual investido aumente no próximo ano.

A maior parte dos investimentos ocorre na indΓΊstria: 33% delas empresas do setor investem mais de 5% do seu faturamento na Γ‘rea. A Γ‘rea deΒ consumo e varejoΒ Γ© a que menos destina investimento: 53% delas utiliza menos de 1% do seu faturamento. Contudo, os organizadores da pesquisa nΓ£o divulgam o faturamento das empresas participantes.

PercepΓ§Γ£o da lideranΓ§a

Para 84% da alta lideranΓ§a brasileira, aΒ sustentabilidadeΒ temΒ importΓ’ncia central para aΒ estratΓ©giaΒ do seu negΓ³cio. A afirmaΓ§Γ£o cai ao longo da hierarquia, no entanto: 42% dos demais funcionΓ‘rios acreditam que o tema tem alguma importΓ’ncia ou que Γ© pouco discutido.

A pesquisa avalia que entre os fatores que explicam essa diferenΓ§a na percepΓ§Γ£o sΓ£o a falta deΒ aplicaΓ§Γ£o do temaΒ no dia a dia, problemas naΒ comunicaΓ§Γ£o internaΒ e a falta de conexΓ£o entre metas e incentivos.

O tema se torna uma prioridade de acordo com o tipo de negΓ³cio, mostra a pesquisa, e 38% das empresas de energia e infraestrutura e 33% das indΓΊstrias consideram o tema como central para aΒ estratΓ©gia, mas a afirmaΓ§Γ£o vale para apenas 20% dos comΓ©rcios de consumo e varejo.

A percepΓ§Γ£o sobre oΒ impactoΒ dasΒ aΓ§Γ΅es deΒ preservaΓ§Γ£o ambientalΒ tambΓ©m muda de acordo com os cargos nas companhias: enquanto 69% dos diretores conhecem osΒ indicadores, o nΓΊmero cai para 53% entre os demais funcionΓ‘rios. 50% dos entrevistados afirmam ter dΓΊvidas sobre como mensurar osΒ impactos da sustentabilidade.

Entre os benefΓ­cios esperados a partir doΒ investimento na Γ‘rea, o fortalecimento daΒ reputaΓ§Γ£oΒ da marca Γ© apontado por 77% dos entrevistados, seguido por aumentar aΒ confianΓ§aΒ dos investidores (41%) e garantirΒ preferΓͺnciaΒ do consumidor (38%).

A busca porΒ inovaΓ§Γ£oΒ (36%), disponibilizarΒ recursosΒ (23%) eΒ reduzir os custosΒ (21%) tambΓ©m sΓ£o apontadas como benefΓ­cios para a sustentabilidade, seguidas por aumentar a resiliΓͺncia frente Γ  nova legislaΓ§Γ£o (20%). A ΓΊltima Γ© destaque entre empresas deΒ energia e infraestrutura, apontada por 34% delas, e 29% das indΓΊstrias.

De acordo com a pesquisa, a maior dificuldade para o investimento nesse fim Γ© a baixa visibilidade quanto aoΒ retorno, apontada por 25% da alta lideranΓ§a. A falta deΒ incentivosΒ externos eΒ recursosΒ tambΓ©m sΓ£o impedimentos para o apoio na sustentabilidade. Fora da alta gestΓ£o, a percepΓ§Γ£o Γ© que falta priorizar o tema naΒ cultura da organizaΓ§Γ£o, indicado por 21% dos funcionΓ‘rios.

O levantamento aponta ainda para uma sofisticaΓ§Γ£o eΒ diversificaΓ§Γ£oΒ na aΓ§Γ£o sustentΓ‘vel nas empresas, que tem priorizado temas comoΒ gestΓ£o de resΓ­duos,Β energias renovΓ‘veisΒ e compensaΓ§Γ£o daΒ pegada de carbono. Aparecem tambΓ©m como prioridades aΒ reduΓ§Γ£o do uso de Γ‘guaΒ e a eficiΓͺncia noΒ consumo de recursos naturais. Apesar das preocupaΓ§Γ΅es, 76% dos participantes acreditam que vale a penaΒ investirΒ em sustentabilidade no Brasil.

Fonte: Exame

CrΓ©ditos: pexels-adria-masi-461420600-20066390

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