Sustentabilidade chega ao quarto: como a indústria de colchões reduz o impacto ambiental

Com investimento em tecnologia verde, setor está reduzindo a emissão CO2 e se alinhando ao consumidor que busca alternativas sustentáveis

A urgência climática e a pressão dos consumidores por escolhas mais sustentáveis têm levado diferentes setores da indústria a reverem seus processos. No caso da indústria de colchões — que produz cerca de 25 milhões de unidades por ano no Brasil, segundo a ABICOL (Associação Brasileira da Indústria de Colchões) — o desafio vai além da produção, está também no descarte. Enquanto países como Alemanha e Reino Unido já reciclam mais da metade dos colchões fabricados, em nações em desenvolvimento essa taxa ainda é incipiente. Por aqui, os resíduos acabam em sua maioria em aterros, sem reaproveitamento ou reaplicação de materiais.

Mas a indústria, de forma pontual, tem trabalhado com uma série de iniciativas alinhadas à economia verde. Fabricante brasileira há 60 anos no mercado, a Castor apresentou em 2024 o primeiro travesseiro com tecnologia biodegradável do mundo, produzido com matéria-prima vegetal (BIOVISCO™️), que se decompõe de forma mais rápida e limpa do que os modelos tradicionais. Um investimento de R$ 2 mi em pesquisa, e que durou anos para ser concluído.

Agora, a empresa amplia seu portfólio sustentável com uma linha de colchões que segue o mesmo princípio. Composta também de espumas com a nova tecnologia que não utiliza o poliol de origem fóssil, com tecido OrganiCotton – que é uma malha Belga premium com algodão orgânico e ventilação inteligente.

Segundo o CEO, o objetivo é oferecer produtos de qualidade que gerem menos impacto ambiental. “Diferente dos produtos tradicionais, que podem levar centenas de anos para se decompor, o BioComfort se desintegra de maneira sustentável, retornando ao ciclo natural sem deixar resíduos nocivos ao nosso planeta”, afirma o CEO da Castor, Hélio Silva.

Os novos produtos têm emissões reduzidas de carbono no processo produtivo — uma meta cada vez mais perseguida por empresas de diversos setores. E em fevereiro deste ano, a Castor foi certificada como Carbon Free, após concluir inventário e gestão de suas emissões, além de participar de projetos de compensação e reflorestamento com espécies nativas.

Essas ações ligadas à preservação ambiental geraram reconhecimentos, como o selo Carbon Free, concedido a empresas que cumprem requisitos de normativas nacionais e internacionais de neutralização de carbono, assegurando que a empresa está neutralizando 4.076 toneladas de carbono (TCO₂) referentes às suas atividades. Para essa compensação, foram escolhidos créditos de carbono certificados pela ONU (Organização das Nações Unidas), provenientes do Projeto de Energia Renovável.

O movimento está em sintonia com o comportamento do consumidor brasileiro. Um estudo recente da Associação Paulista de Supermercados (APAS) revelou que 95% dos consumidores preferem marcas que investem em práticas sustentáveis e 64% já deixaram de comprar de empresas após identificarem condutas antiéticas. Ou seja, a responsabilidade ambiental deixou de ser um diferencial e passou a ser critério básico de escolha.

Apesar dos avanços tecnológicos do setor, a baixa adesão à economia circular e a escassez de políticas públicas voltadas à reciclagem ainda são desafios para o avanço de iniciativas em escala nacional. Para empresas como a Castor, que também é signatária do Pacto Global da ONU e possui certificações ESG, o caminho é o da inovação — seja por meio de tecnologias de menor impacto, seja na estrutura de negócios mais enxutos, como o modelo de franquias sustentáveis que também vem sendo aplicado pela marca.

“Fazemos parte de um grupo de empresas que se comprometem com ações responsáveis e sustentáveis, alinhadas com padrões internacionais. Somos uma das poucas empresas brasileiras signatárias do Pacto Global da ONU e que possuem certificações ESG”, finaliza.

 

Foto: Freepik

 

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