Evento histórico marca a luta por equidade e acessibilidade na capital federal
A Torre de TV se prepara para receber a 1ª Parada do Orgulho da Pessoa com Deficiência (PCD) de Brasília. No dia 26 de maio, a partir do meio-dia, a comunidade PCD se reunirá para celebrar a diversidade, reivindicar seus direitos e promover a acessibilidade.
Essa é a primeira edição no DF de um projeto que já circulou em Pernambuco, Bahia e São Paulo. A iniciativa representa um marco importante na luta por políticas públicas baseadas em segurança, conforto, visibilidade e acessibilidade para os diversos tipos de pessoas com deficiência. Inspirada por edições anteriores em outras cidades brasileiras, a Parada PCD chega à Brasília para fortalecer a organização do movimento e ampliar suas demandas.
Para Peu Avelar, um dos coordenadores da Parada, realizar o evento em Brasília envia uma mensagem poderosa para todo o país. “Brasília é o centro das discussões sobre políticas públicas e sociais do Brasil. Realizar a Parada do Orgulho da Pessoa com Deficiência aqui significa dar voz à nossa comunidade e cobrar dos órgãos governamentais e do poder legislativo ações concretas para garantir nossos direitos”, afirma.
Kaio de Aquino, outra pessoa organizadora da Parada PCD, ressalta a importância da capital federal para o movimento no sentido da conquista de políticas favoráveis. “Como sede do poder, Brasília concentra a atenção para as causas sociais e impacta diretamente nas políticas públicas”, explica.
Aquino, que possui mobilidade reduzida e é neurodivergente, conhece de perto as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência no Distrito Federal. Ele acrescenta que “lutar por acesso à saúde, educação, lazer e mobilidade urbana é uma batalha diária”.
População PCD no DF
De acordo com o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPE-DF), em 2022 a população de pessoas com deficiência era de 113.642, equivalente a 3,8% da população local.
O Instituto apontou a desigualdade em relação à renda e ao acesso ao mercado de trabalho. A renda média do trabalho principal das PCDs é de R$ 2.246,96, enquanto a das pessoas sem deficiência chega a R$ 3.817,52.
A situação se agrava quando se observa o acesso ao trabalho. Apenas 54,3% das PCDs estão na força de trabalho, contra 72,5% da população em geral. Entre as PCDs que trabalham, 27,1% estão em situação de subocupação, ou seja, trabalham menos horas do que gostariam ou poderiam.
Conferência
Apesar de avanços no debate de acessibilidade, a população com deficiência ainda enfrenta problemas de políticas públicas no Distrito Federal. O GDF realiza conferência distrital da Pessoa com Deficiência fora do prazo e sem etapas regionais. Na última quarta-feira (8), a CUT-DF divulgou uma “moção de Repúdio ao descaso do GDF às Pessoas com Deficiência”, destacando que, ao contrário da maioria dos estados, o Distrito Federal ainda não havia realizado a etapa distrital da Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência até 30 de abril.
:: GDF realiza conferência distrital da Pessoa com Deficiência fora do prazo e sem etapas regionais ::
Após mobilizações, o GDF vai realizar a Conferência nos dias 20 e 21 de maio.
Programação
26/05 – 1ª Parada do Orgulho da Pessoa com Deficiência (PCD) de Brasília
Local: Torre de TV Digital
Horário: Concentração a partir das 12h
27/05 – Seminário OAB DF
28/05 – Câmara Legislativa: Sessão Solene em Homenagem a Luta Pelos Direitos das Pessoas com Deficiência
Fonte: Jornal de Brasília
Créditos de imagem:Victor Rodrigues/PARADAPCD