Levantamento inédito feito pela Coalizão pelo Impacto e Impact Hub SP mapeou
170 iniciativas ligadas ao fomento de negócios de impacto
Mapear os caminhos possíveis de apoio ao empreendedorismo com impacto socioambiental positivo nas cidades em que a Coalizão atua foi o objetivo do levantamento realizado em parceria com a Impact Hub São Paulo. Ao todo, foram mapeadas 170 iniciativas e analisadas 103 nos seis municípios onde a Coalizão pelo Impacto está presente: Belém (PA), Brasília (DF), Campinas (SP), Fortaleza (CE), Paranaguá (PR) e Porto Alegre (RS).
“Este estudo é o primeiro movimento da Coalizão para fomentar a agenda de negócios de impacto no setor público das cidades onde atuamos. Fizemos questão de conhecer o que já existe de iniciativas públicas ligadas ao empreendedorismo, inovação e impacto positivo. Em parceria com o Impact Hub, criamos parâmetros gerais para analisar o que foi encontrado e identificar as boas práticas que precisam ser celebradas e disseminadas nacionalmente”, afirma Diogo Quitério, da Diretoria Executiva da Coalizão.
De acordo com Caio Zucchinali, da Impact Hub, o mapeamento mostrou que há muitas ações sendo realizadas, mas que os programas públicos ainda esbarram na falta de dados. “Uma das realidades que encontramos foi uma escassez enorme de informações, com isso uma série de iniciativas com alto potencial não puderam entrar no mapeamento porque não encontramos dados. No fim, a população não tem como saber o resultado gerado de um programa porque não são publicizados ou são de um jeito confuso”, elenca Caio.
“A boa notícia é que muitas cidades já têm uma trajetória em inovação e tecnologia, movimento que é feito com as startups, mas que dá para fazer com o setor 2.5 (modelos de negócios com produtos e serviços comprometidos com a resolução de problemas sociais e ambientais). O caminho não é tão difícil quanto pode parecer, mas exige foco e priorização para trabalhar iniciativas de impacto dentro de estratégias já existentes de inovação, empreendedorismo e tecnologia nas cidades”, afirma Caio.
Entre as iniciativas, é possível destacar os programas públicos de Fortaleza. A capital cearense teve 19 iniciativas identificadas pelo estudo. Um desses exemplos é o Labifor (Laboratório de Inovação de Fortaleza), que foi criado em 2021 e faz parte da Citinova (Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação da Prefeitura de Fortaleza). É responsável pelo desenvolvimento de soluções inovadoras para as principais questões da cidade, buscando atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas.
A cidade tem também iniciativas bem específicas como o Programa Mulher Costureira. “De todas as cidades pesquisadas, Fortaleza talvez seja a mais madura e mais aderente no apoio aos negócios de impacto”, avalia Caio.
Para Ana Paula Viana Maia, da Citinova, o estudo contribui para entender melhor como estão essas iniciativas na prática. “A relevância deste mapeamento é, principalmente, conseguir enxergar o impacto que causa na vida das pessoas”, considera Ana.
Caio avalia que o resultado do mapeamento mostra que existe muito espaço para as cidades se destacarem no pioneirismo. “Negócio de impacto também gera emprego, renda e desenvolvimento enquanto resolve problemas sociais e ambientais. Neste sentido, o poder público tem um importante papel de fomentar essas iniciativas e garantir que elas cheguem a um número cada vez maior de pessoas”, enfatiza.
Diogo destaca que, das 103 analisadas, ficou evidente o esforço direcionado das cidades para melhorar a qualidade de vida da população, enfrentar as mudanças climáticas, promover a inclusão produtiva e cuidar de áreas como saúde e educação. “No entanto, também é perceptível que as iniciativas podem amadurecer em relação à mensuração e comunicação de seus impactos, bem como na aproximação com o público para divulgar suas ofertas e fortalecer o compromisso com a geração de impacto positivo”, comenta Diogo ao afirmar que é fundamental fortalecer a parceria entre o setor público, a sociedade e os negócios de impacto.
O estudo é formado por um caderno central, com a apresentação da metodologia e principais achados, e outros seis cadernos por cidade. Os próximos passos serão apresentar o resultado para gestores públicos locais e realizar rodadas de trabalho com estes gestores para transformar as recomendações em planos de ação concretos para os próximos dois anos que possam impulsionar boas práticas e iniciar novas iniciativas que respondam às lacunas encontradas.
Confira o estudo
Acesse o Caderno Central com metodologia e principais achados. Levantamento por cidades: Belém (PA), Brasília (DF), Campinas (SP), Fortaleza (CE), Paranaguá (PR) e Porto Alegre (RS).
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Capa da publicação. Imagem: Divulgação.
Fonte: Coalizão pelo Impacto
