Com absorventes de fibra de banana, empreendedora combate pobreza menstrual em Gana

Falta de acesso a produtos e infraestrutura adequados para a higiene menstrual afeta meio bilhão de meninas e mulheres no mundo

Um grupo de empreendedoras em Gana, país da África Ocidental, está transformando bananas em absorventes sustentáveis para combater a pobreza menstrual.

De acordo com o Banco Mundial, meio bilhão de mulheres e meninas em todo o mundo sofrem da falta de acesso a produtos menstruais e infraestrutura adequadas para a sua higiene menstrual. Um relatório da UNESCO estima que 10% das meninas na África Subsariana perdem até um quinto do seu ano escolar devido à pobreza menstrual.

A Kodu Technology conduziu pesquisas para descobrir formas de utilizar os talos desperdiçados de banana e banana da terra do setor agrícola de Gana. “Nosso plano inicial era fazer papel e descobrimos que as fibras da banana têm uma capacidade de absorção muito elevada, o que nos levou a esse negócio”, conta Umar Farouk Mubaraka, diretora financeira e cofundadora da Kodu.

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O projeto se posiciona como um catalisador para mudanças ambientais e socioeconômicas positivas. “Utilizando fibras da banana, um subproduto da indústria agrícola, desenvolvemos uma economia circular, minimizando o desperdício e beneficiando os agricultores locais”, afirma Umar.

A extração e o refinamento da fibra de bananeira para a produção dos absorventes é um processo complexo, que envolve procedimentos químicos e mecânicos. “Melhorar o procedimento de extração da fibra tem sido um dos nossos maiores obstáculos”, diz a empreendedora social.

Em 2023, a Kodu Technologies foi premiada com mais de US$ 8 mil (ou quase R$ 40 mil), como startup vencedora do Concurso de Economia Circular apoiado pela União Europeia. “É importante enfrentar os obstáculos técnicos para criar produtos menstruais ambientalmente conscientes e que satisfaçam as normas da indústria e as exigências dos consumidores.”

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Trajetória no empreendedorismo social
Umar Farouk cresceu em Wa, na região do Alto Oeste de Gana, é nutricionista e atuou como secretária do conselho representativo dos estudantes de sua universidade. “Essa experiência me trouxe competências de comunicação e também me ajudou a trabalhar com a população rural de Gana.”

Para a empreendedora, pesquisar e desenvolver soluções para as dificuldades globais requer as perspectivas e ideias de cientistas de países fora do eixo tradicional. “As experiências distintas, provenientes de vários contextos culturais, ambientais e socioeconômicos proporcionam uma compreensão mais abrangente de questões complexas.”

Fonte: Forbes

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