Greenpeace Brasil comenta ataque à liberdade de expressão e aos direitos da sociedade civil organizada

Organização enfrenta ameaça de petrolífera após manifestações pacíficas contra construção de oleoduto próximo de Terra Indígena em território dos Estados Unidos 

Sobre a decisão de um júri dos Estados Unidos, em Dakota do Norte, que nesta quarta-feira (19) condenou entidades internacionais do Greenpeace a pagarem mais de US$ 660 milhões em um processo movido pela Energy Transfer, uma ação judicial infundada e parte de uma tentativa de silenciar a liberdade de expressão e o ativismo pacífico, a diretora-executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali, comenta: 

Uma condenação de US$ 660 milhões por manifestações contra uma gigante dos combustíveis fósseis é a prova concreta de que os interesses corporativos se infiltraram em todas as instâncias de poder e que, se não enfrentarmos esse assédio ostensivo e abusivo agora, estaremos fadados a assistir à vitória daqueles que vão destruir nossas vidas, as vidas de quem amamos, de nossas comunidades e do planeta”.

Carolina também reforça a importância da rede de solidariedade do Greenpeace e organizações parceiras diante desse ataque à liberdade de expressão e aos direitos da sociedade civil organizada:

Todas as organizações do Greenpeace ao redor do mundo e centenas de entidades parceiras estão unidas em apoio aos nossos colegas. Esse episódio, ao contrário de nos calar, nos fará falar ainda mais alto”.

A ofensiva à organização também foi comentada pelo diretor-executivo do Greenpeace International, Mads Christensen:

O que testemunhamos é um retrocesso perigoso, que agrava a crise climática, aprofunda o racismo ambiental e prioriza os lucros dos combustíveis fósseis em detrimento da saúde pública e do planeta habitável”.  Segundo Christensen, “a administração Trump trabalhou para desmontar proteções ambientais e seus aliados querem acabar com o direito ao protesto. Não vamos recuar. Não seremos silenciados”.

Na avaliação do Greenpeace, o caso é um exemplo claro de SLAPPs (Strategic Lawsuits Against Public Participation) – processos usados por grandes corporações para sufocar financeiramente organizações e ativistas, levando-os à falência e minando o direito à dissidência. Outras empresas de combustíveis fósseis, como Shell, Total e ENI, também moveram ações semelhantes contra o Greenpeace nos últimos anos, ainda que frustradas nos tribunais.

O Greenpeace International segue combatendo essas ameaças e levará a Energy Transfer aos tribunais na Holanda, em julho, no primeiro teste da nova Diretiva Europeia Anti-SLAPP. A organização busca recuperar todos os danos e custos causados por essas ações judiciais abusivas.

Sobre o Greenpeace Brasil

O Greenpeace Brasil é uma organização ativista ambiental sem fins lucrativos, que atua desde 1992 na defesa do meio ambiente. Ao lado de todas as pessoas que buscam um mundo mais verde, justo e pacífico, a organização atua há mais de 30 anos pela defesa do meio ambiente denunciando e confrontando governos, empresas e projetos que incentivam a destruição das florestas.

 

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