Lei Paulo Gustavo amplia acesso Γ  cultura no DF e fortalece protagonismo negro

Mais de R$ 10,6 milhΓ΅es foram investidos em 44 iniciativas contempladas por cotas raciais

 

A Lei Paulo Gustavo (LPG) tem se consolidado como um importante instrumento para ampliar o acesso Γ  cultura no Distrito Federal, com aΓ§Γ΅es afirmativas concretas β€” entre elas, a destinaΓ§Γ£o de recursos por meio de cotas para pessoas negras. Do total de R$ 48 milhΓ΅es empenhados no DF, mais de R$ 10,6 milhΓ΅es foram destinados a 44 projetos contemplados por essas cotas.

A gestΓ£o dos recursos e a execuΓ§Γ£o dos projetos aprovados sΓ£o coordenadas pelo Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento SustentΓ‘vel (Cieds), organizaΓ§Γ£o da sociedade civil (OSC) parceira da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF) . A distribuiΓ§Γ£o dos investimentos segue o plano de aΓ§Γ£o construΓ­do com ampla participaΓ§Γ£o do setor cultural e da sociedade civil.

β€œOs recursos da LPG vΓͺm do governo federal e sΓ£o repassados para estados e municΓ­pios com base em critΓ©rios tΓ©cnicos e populacionais. Aqui no DF, essa verba foi organizada principalmente em trΓͺs frentes: o edital de Audiovisual, o de Demais Segmentos Culturais e um edital especΓ­fico de premiaΓ§Γ£o”, explica JoΓ£o Santoro, coordenador de monitoramento da LPG no DF.

 

O filmeΒ A MaldiΓ§Γ£o do Mamulengo,Β doΒ diretor Leonardo Monteiro, conhecido como LeoMon, Γ© um dos exemplos de beneficiados pela LPG | Foto: DivulgaΓ§Γ£o

 

Ao todo foram selecionados 240 projetos por meio de editais, alΓ©m de diversas iniciativas premiadas. β€œOs editais tinham critΓ©rios bem definidos, como coerΓͺncia com a proposta da linha de apoio, impacto cultural e social, viabilidade tΓ©cnica e financeira, aΓ§Γ΅es de acessibilidade e contrapartidas. TambΓ©m houve cotas para garantir diversidade e representatividade, o que foi um diferencial superimportante”, destaca.

Mais oportunidades

SΓ­mbolo da luta da classe artΓ­stica durante a pandemia de covid-19 β€” perΓ­odo em que o setor foi duramente afetado β€”, a LPG tambΓ©m presta homenagem ao ator e humorista Paulo Gustavo, que morreu em decorrΓͺncia da doenΓ§a. A lei trouxe uma nova dinΓ’mica para a polΓ­tica cultural no DF. β€œAntes, o acesso era muito concentrado, mas agora a gente vΓͺ projetos vindos da Estrutural, do Sol Nascente, do ParanoΓ‘, de comunidades indΓ­genas, de terreiros, de grupos LGBTQIA+. Γ‰ uma cultura mais viva, mais diversa, mais conectada com a realidade do DF”, observa Santoro.

Um dos beneficiados pela LPG, o grupo EmbaraΓ§a estΓ‘ construindo um espetΓ‘culo inΓ©dito, com diversas apresentaΓ§Γ΅es pelo DF, alΓ©m de realizar o seminΓ‘rio “Dramaturgia e Teatro Negro”, em comemoraΓ§Γ£o aos dez anos de existΓͺncia.A proponente Tuanny Pereira de AraΓΊjo afirma que o apoio da LPG foi fundamental para viabilizar o projeto, que une formaΓ§Γ£o, difusΓ£o e pesquisa sobre o teatro negro. β€œFomentar projetos liderados por mulheres negras garante que a pluralidade do teatro seja uma realidade. Os recursos sΓ£o distribuΓ­dos de forma mais equΓ’nime, permitindo que excelentes profissionais sejam reconhecidos e ampliem suas prΓ‘ticas artΓ­sticas”, pontua.

O grupo EmbaraΓ§a surgiu em 2012 na Universidade de BrasΓ­lia, idealizado por Tuanny e Fernanda Jacob. β€œNosso objetivo Γ© mergulhar nas histΓ³rias de uma coletividade pouco representada nos palcos”, resume Tuanny. Ela destaca que o prΓ³ximo passo Γ© fazer o grupo circular fora do DF: β€œQueremos difundir nosso trabalho para alΓ©m de BrasΓ­lia e fortalecer a cena negra local. Esse Γ© o nosso maior desejo”.

 

 

FONTE: AGÊNCIA BRASÍLIA

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