Famílias acolhedoras oferecem afeto e proteção para crianças e adolescentes em situações de acolhimento, garantindo um futuro mais saudável e confiante
O que pode mudar na vida de uma criança que precisou ser afastada da família biológica quando ela encontra um lar temporário cheio de afeto? Muito mais do que acolhimento, às famílias acolhedoras oferecem um olhar individualizado, convivência familiar e vínculos emocionais que são fundamentais especialmente na primeira infância – fase do zero aos seis anos, considerada a mais importante para a formação da segurança emocional, da autonomia e da capacidade de aprendizado.
Estudos mostram que experiências positivas na primeira infância impactam diretamente a vida adulta, refletindo em melhor desempenho escolar e profissional, maior saúde física e mental e mais facilidade de interação social, quando esse cuidado não acontece na família biológica, por falta de estrutura emocional ou situações de risco como violência, maus-tratos, depressão parental ou vulnerabilidade social, o papel das famílias acolhedoras se torna essencial.
“A diferença que faz na vida de uma criança ter uma infância regada de amor em um ambiente familiar é gritante. Os abrigos oferecem proteção, mas não substituem a experiência do vínculo afetivo no dia a dia, que só um lar pode proporcionar”, afirma Juliana Miranda, coordenadora do programa Família Acolhedora no DF.
Mesmo para crianças em processo de adoção, a convivência com uma família acolhedora é um passo decisivo para que cresçam em segurança e com mais chances de desenvolver sua autoestima, confiança e capacidade de criar laços. É por isso que é importante lembrar: cuidar de nossas crianças é investir no futuro de toda a sociedade.
No Distrito Federal, o serviço Família Acolhedora é organizado pela Aconchego – Associação de Apoio à Adoção, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social do DF (SEDES). Baseado no Estatuto da Criança e do Adolescente e nas diretrizes internacionais de reintegração familiar, o programa tem como meta evitar a institucionalização especialmente de crianças de zero a seis anos, garantindo o direito à convivência familiar e comunitária e atendimento individualizado.
Como funciona
As famílias interessadas em se tornar acolhedoras precisam passar por um processo de inscrição, avaliação e capacitação junto à Vara da Infância e Juventude do DF, conduzido pelo Aconchego. Podem se candidatar pessoas ou casais maiores de 18 anos, de qualquer configuração familiar, desde que tenham disponibilidade do cuidado, residam no DF, não estejam cadastrados no Cadastro Nacional de Adoção e não possuam antecedentes criminais.
Após a inscrição, os núcleos familiares participam de um estudo psicossocial, entrevistas, visitas domiciliares e um ciclo de capacitação inicial de seis encontros semanais, além de acompanhamento contínuo da equipe técnica.
Serviço
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (61) 99166-2649, pelo e-mail familiaacolhedora.aconchego@
Sobre o Grupo Aconchego – O Aconchego é uma entidade civil, sem fins lucrativos, fundada em dezembro de 1997, que trabalha em prol da convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes em acolhimento familiar e institucional.
Filiado à Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção – ANGAAD, e membro do Movimento Nacional Pró Convivência Familiar e Comunitária – MNPCFC, o Aconchego é reconhecido como referência em Brasília e conta com grande projeção nacional na criação de tecnologias sociais com vistas à garantia do direito das crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária, por meio de ações de intervenção com potencial para a transformação social e cultural.