Sigla em inglês representa compromisso de negócios com sustentabilidade, social e governança.
Cada vez mais empresas e economistas reconhecem que os compromissos de sustentabilidade, sociais e de gestão são indispensáveis para os negócios atuais. Um dos conceitos mais utilizados são as práticas ESG, sigla em inglês que se traduz para Ambiental, Social e Governança. Segundo o professor da (Fipecafi) Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras Flavio Riberi, as empresas precisam ter uma preocupação não só com os resultados de faturamento, mas também com um propósito social. “Não é só o aspecto ambiental.
O empresário tem que olhar sustentabilidade interna, como ele cuida do seu funcionário, de todos os envolvidos na produção e até mesmo na gestão do negócio”, ressalta.
Segundo o estudo “Tendências de RH 2023”, da consultoria global Korn Ferry, 67% das empresas no Brasil já adotaram essa política como pilar estratégico, enquanto 75% planejam fazer isso nos próximos 12 a 18 meses.
Riberi explica que cada letra da sigla ganha uma importância maior de acordo com cada momento econômico. Em 2020 e 2021, o grande foco era a pandemia de Covid-19 e relação entre funcionários e patrões. As empresas dependiam das pessoas para funcionarem e elas dependiam das corporações para consumir serviços. Como exemplo da prática ESG, ele cita uma doação de R$ 1 bilhão feita por um banco para investimentos em saúde. “[Esse recurso] poderia ser entregue para os acionistas, mas empresa percebeu ser preciso contribuir para que o mercado se sustentasse”, explicou.
Quando a bandeira começa a ser levantada pelos grandes conglomerados com alta capacidade de investimento, o conceito é muito amplificado e pode chegar até as pequenas empresas, diz o professor, que cita o caso de uma empresa júnior que reforma praças da região.
“A lição que a gente tem é que elas [as empresas] estão inseridas em uma cadeia de valor. Exemplos claros disso são as boas relações com pequenos fornecedores, as práticas corporativas para o bem-estar dos funcionários e medidas sustentáveis”, ressalta.
Relação com funcionários
As práticas da ESG também ressaltam a importância da relação com os colaboradores, contratados diretamente ou de maneira terceirizada. Com a política cada vez mais popular nas grandes empresas, os pequenos empresários também precisam ficar atentos nas normas de regulamentação, direitos trabalhistas e encargos sociais.
Riberi explica que as práticas vieram dos investidores de grandes fundos globais, que perceberam que as empresas precisavam ter também um propósito social.
Consumidor e a sociedade
A mudança no modo de consumo também contribuiu para a maior adesão da ESG, já que a nova geração também presta atenção em fatores além da marca. O especialista dá como exemplo que, se uma empresa não cumpre com os deveres trabalhistas ou não utiliza insumos de boa qualidade, vai perder vendas. “[O consumidor] não vai mais consumir dessa marca. Hoje, ele tem mais informações à mão e prestam atenção no papel do negócio na sociedade”, explica.
O pagamento de fornecedores locais de uma maneira justa também é um ponto importante para o novo consumidor. A representação da diversidade ética brasileira também é considerada.
“Tem uma questão geracional. As multinacionais já têm uma mentalidade dessa mudança. Por exemplo, as ações comerciais em algum evento são organizadas para que elas não deixem lixo e consigam gerar um legado”, explica Riberi.
A formação educacional também é um segmento que cada vez mais tem atraído investimentos de grandes empresas. O especialista explica que essa ação também gera a continuidade do negócio e forma pessoas que podem se tornar funcionários da própria empresa.
Fonte: R7 Brasília
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