Rede de proteção acolhe 4,8 mil mulheres vítimas de violência no Distrito Federal

Cepavs oferecem suporte psicossocial e atendimento integrado para romper ciclos de abuso

 

A rede pública de saúde do Distrito Federal registrou o acolhimento de mais de 4,8 mil pessoas em situação de violência entre janeiro e outubro deste ano. Os atendimentos foram realizados nos Centros de Especialidades para Atenção às Pessoas em Situação de Violência (Cepavs), que somam 18 unidades distribuídas pelas regiões administrativas. O Governo do Distrito Federal (GDF) reforçou os protocolos de suporte biopsicossocial para garantir encaminhamento especializado às vítimas.

Porta de entrada e perfil

O serviço atua como ponto de apoio para mulheres, crianças, adolescentes e idosas que sofreram agressões físicas, sexuais, psicológicas ou negligência. O acesso ocorre por demanda espontânea ou mediante notificação compulsória de hospitais e delegacias.

Ronaldo Lima Coutinho, chefe do Cepav de Santa Maria, explica que a unidade funciona em dias úteis, das 7h às 18h, e diferencia-se do atendimento médico convencional. “Nosso papel não é apontar culpados, e sim cuidar da parte social e psicológica. Trabalhamos a saúde mental desse paciente e o fortalecimento para que ele possa tomar decisões de proteção”, esclareceu.

Dados apontam que cerca de 90% das agressões registradas possuem vínculo intrafamiliar. O gestor observa que, apesar do aumento nos registros, a subnotificação persiste devido ao medo e à dependência financeira das vítimas em relação aos agressores.

Metodologia e integração

O atendimento nos Cepavs inclui sessões individuais e grupos de apoio, onde as usuárias compartilham experiências e recebem orientações sobre direitos e a Lei Maria da Penha. A metodologia visa a conscientização para o rompimento do ciclo de violência. A estrutura integra a chamada “Rede de Flores” e atua em articulação com delegacias especializadas (DEAMs), conselhos tutelares, Ministério Público e Tribunal de Justiça.

“Proteger vítimas de violência exige união, responsabilidade e visão de longo prazo. O Cepav Flor do Cerrado mostra como a integração entre saúde, assistência social, segurança, justiça e comunidade produz resultados reais”, afirmou Cleber Monteiro, presidente do IGESDF.

Guaia Monteiro Siqueira, do Núcleo de Prevenção e Assistência (Nupav), destacou a importância da vigilância sistemática e das reuniões frequentes para discussão de casos complexos junto à rede de proteção externa.

Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília DF
Fonte: https://www.politicadistrital.com.br/rede-de-protecao-acolhe-48-mil-mulheres-vitimas-de-violencia-no-distrito-federal/

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