É constante a necessidade de os bancos de sangue terem estoque suficiente para atender a demanda dos hospitais. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere que seria preciso que cerca de 1% a 3% da população de cada país fosse doadora de sangue para que ficasse garantido o abastecimento dos bancos de sangue. Contudo, o Ministério da Saúde aponta que apenas 1,4% da população brasileira doa sangue, ou seja, a cada mil pessoas, apenas 14 faz doação. Neste sentido, a campanha Junho Vermelho traz luz sobre a importância da doação recorrente.
A diretora do Departamento de Apoio Técnico do Hemocentro Dalton Cunha (Hemonorte), enfatiza a necessidade do banco em ter doadores recorrentes, uma vez que boa parte é de temporários que doam mobilizados por uma situação pontual, geralmente pela necessidade de algum parente ou amigo, não mantendo a frequência. “Se 50% dos doadores que a gente recebe em um mês fizessem doações regulares, com a continuidade das doações não teríamos tantas baixas de estoque durante o ano”, destaca Miriam Mafra.
As doações no Hemonorte acontecem de segunda a sábado e podem ser agendadas previamente. Já para o cadastro, é preciso apresentar documento oficial de identificação com foto, e preencher os requisitos de idade entre 16 e 69 anos, pesar pelo menos 50 kg, estar bem alimentado e ter descansado. Após a coleta, as bolsas de sangue são enviadas aos laboratórios do Hemonorte que aprovam a transfusão. Com isso, inicia-se os processos de fracionamento e divisão por centrifugação.
Os elementos do sangue são divididos na etapa seguinte. As hemácias, conhecidas como glóbulos vermelhos, são utilizadas para o tratamento de anemias. As plaquetas são responsáveis pela coagulação do sangue. O plasma fresco é a parte líquida do sangue; e o crioprecipitado é o produto originado do plasma e também ajuda na coagulação. “As partes do sangue possuem validades diferentes, que são 35 dias para as hemácias e 3 dias as plaquetas. O plasma, se devidamente congelado, pode durar até um ano”, explica a diretora.
A transfusão é comumente utilizada em pacientes que passam por cirurgias de grande porte, que têm hemorragias, queimaduras, ou pessoas que sofrem de leucemia ou estão em tratamento de quimioterapia. Doenças crônicas, como hemofilia e anemia falciforme, caracterizadas por alterações nas plaquetas e hemácias, respectivamente, também demandam transfusão sanguínea.
Fonte: Tribuna do Norte
Créditos/Imagem: Saúde e Beneficência